Em prosseguimento às comemorações de 30 anos da Lenço de Seda/CECAB foi realizada, no período de 14 a 24 de novembro de 2007, a “Semana da Cultura Afro-brasileira”. Esse evento possibilitou a educadores, agentes culturais e comunidade em geral, vivenciar manifestações da cultura afro-brasileira, trocar experiências e refletir sobre os desafios e possibilidades que a implantação da lei 10.639 propicia para a pedagogia brasileira, assim como fundamentar ações futuras.
Nesta semana foi disponibilizada à comunidade a Exposição “Mostra do Acervo CECAB”, na qual foram expostas fotos, literatura, técnicas pedagógicas, trabalhos infantis, artigos e produções cientificas que retratam experiências do CECAB, referentes inclusive acerca de 80 parcerias estabelecidas, desde 1984, com creches, escolas, universidades e ONGs no Brasil e no exterior
Além da exposição, o evento contou com outras atividades tais como: Oficina de Maculelê, de Dança Afro, de Capoeira Angola, de Samba de Roda, de Samba Reggae; Rodas de Capoeira; Cinema no muro com exibição dos filmes “Os filhos do Rosário”, “Monarquia Siderúrgica”; Painel aberto de experiências realizadas com diretores, professores, agentes culturais, grupos organizados e demais interessados na cultura de matriz afro-brasileira; Lançamento do Projeto: “Resgate de Memória Oral”, pesquisa de memória com diretores, educadores e parceiros em experiências já realizadas e afeitas à lei 10.639.
A comunidade participou através de visitas de crianças e adolescentes de Escolas Estaduais de Timóteo, da presença de diretores/as, professores/as de escolas da Rede Pública de Ensino, de professores/as e estudantes universitários, além de público em geral.
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Apresentação de Maculelê dos alunos do contra mestre Jean Taruíra no Evento de Filiação em Curitiba
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Afiliada da cidade de Curitiba, coordenada pelo contra mestre Jean Taruira há 14 anos desenvolve trabalhos de formação em Capoeira Angola, parcerias pedagógicas no projeto “Gingando na Pré Escola” com cerca de 1200 alunos de creches e pré-escolas. Tem desdobramentos em outras cidades do Paraná e no exterior. Com um importante trabalho com Maculelê e Percussão o núcleo de Curitiba realiza shows e eventos e desenvolve trabalhos de teatro popular e criação coletiva.
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A Escola Estadual “Capitão Egídio Lima” é uma escola que tem vivenciado experiências inovadoras, inclusive no processo de condução das decisões da escola que tem se pautado pelo caráter democrático, levando a um maior amadurecimento do seu corpo de docente.
Há 24 anos, vem desenvolvendo Projetos voltados para a Cultura Afro-Brasileira, sempre com ênfase na Capoeira de Angola em parceria com a Associação de Capoeira “Lenço de Seda/CECAB.
O Projeto Sim às Diferenças procura viabilizar os conhecimentos da Cultura Afro-Brasileira e Africana proporcionando ao educando um saber plural, contribuindo para a transformação de atitudes como a aceitação da cor que cada um carrega consigo e a valorização da história que nos foi legada.
Foi elaborado com o propósito de experienciar outras formas do fazer, sem perder o objetivo da formação integral do aluno e aluna do Ensino Fundamental, atrelando aos conteúdos específicos ações prazerosas e desafiantes.
A Escola Estadual Capitão Egídio Lima, sintonizada com o contexto sócio-político e cultural, tem desenvolvido suas ações de forma ousada, procurando fazer com que o processo de ensino-aprendizagem não seja estático, mas renovador e em constante evolução.
O Projeto Sim às Diferenças contextualiza os conteúdos curriculares num processo de envolvimento coletivo e participação efetiva do educando na construção do conhecimento formal, considerando os alunos e alunas do Ensino Fundamental sujeitos de direito, exercendo o direito de aprender e de ampliar seus conhecimentos.
O propósito é fazer com que os alunos compreendam as relações sociais étnico-raciais de que participam tornando-se capazes de continuar, de reconstruir, de aprofundar estudos e práticas em diferentes níveis de formação. Visa ainda promover uma alteração positiva junto aos educandos do Ensino Fundamental aos perversos efeitos de séculos de preconceito e discriminação.
Através da parceria com a Associação de Capoeira Lenço de Seda/CECAB o foco do projeto é a Arte-Educação, através das aulas de Capoeira Angola e Danças Afro, buscando articulações com o estudo da Arte e da História do Brasil, preconizando a valorização das tradições culturais locais, num processo de atualização e adaptação às necessidades da comunidade. Assim, em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais e com os conteúdos formais do Ensino fundamental, procura dialogar com as disciplinas e os componentes curriculares propostos, conforme preconiza a Lei 10.639.
O Projeto tem um formato que procura atender a todas as turmas da escola. Além das aulas de Capoeira Angola e Dança Afro, o currículo oferece oficinas semanais organizadas da seguinte forma: Culinária, História, Literatura e Artes.
Na Culinária: Pesquisa sobre a culinária afro-brasileira.
Oportuniza aos alunos e alunas momentos de confecção de pratos como feijoada, aluá, inhame com peixe, cuscuz, fubá suado, broa, etc. As receitas pesquisadas se integram ao cardápio da merenda escolar no dia da Oficina.
Na História: Realização de pesquisas e estudos sobre o percurso realizado para a chegada do negro no Brasil. Como os negros eram “distribuídos” após a comercialização nos mercados, as etnias e seus hábitos; Estudo das cores que representam a cultura afro.
Artesanato: Confecção de adereços próprios da Cultura Afro-Brasileira, fabrico de berimbau, pandeiros e xiquexique.
Na Literatura: Leitura coletiva e individual de livros voltados para a Cultura Afro-Brasileira Oportunidade para estabelecer um diálogo entre alunos e alunas sobre a discriminação sempre sensibilizando para a aceitação e convívio com a alteridade. Leitura de poesias de vários escritores que se dedicaram a escrever sobre a vida do negro no Brasil. .Castro Alves, Solano Trindade e outros.
Nas Artes:
Estudo das obras do Carybé, um artista singular desenhava como ninguém os movimentos da Capoeira e o cotidiano do povo brasileiro, especificamente do negro Além de Carybé, estudo das obras de Lasar Segall, Debret, Rugendas e Tarsila do Amaral.
O Projeto “Angola a Dois”
O projeto “Angola a Dois integra-se ao Projeto “Sim às Diferenças” E foi proposto por Mestre Reginaldo Veio. Consiste na realização de oficinas de Capoeira Angola e Dança Afro-Brasileira com participação espontânea dos alunos. Além das aulas, uma vez por semana, vivenciamos um momento coletivo na quadra da escola para ouvirmos Mestre Reginaldo Veio contando histórias do negro no Brasil, lendas Africanas, canto de Ladainhas, corridos e cantigas de Roda, , além de aulas de Maculelê, Samba Reggae e a Ginga da Capoeira.
Depoimentos:
“Esse projeto é uma oportunidade única para refletir sobre as raízes do povo brasileiro, principalmente sobre a raça negra historicamente inferiorizada pela sociedade. Despir-me de preconceitos inconscientemente enraizados é um processo de crescimento pessoal. Diante disso, creio que cresci como ser humano diante dos questionamentos, das constatações feitas no cotidiano da escola. O preconceito racial é muito comum na sociedade brasileira, porém de forma sutil e velada, vemos nesse preconceito e outros mais serem discutidos diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornais e revistas; e passam, até em livros didáticos que enfatizam e ditam como modelo de beleza e sucesso as pessoas de pele branca e olhos claros. O Brasil é um país mestiço, de maioria negra e, entretanto o brasileiro tem uma imagem negativa de si mesmo de sua raça. Como isso é possível?
Sendo a Escola o lugar propício a questionamento, reflexões, inquietações que geram mudança, com sua contribuição; acredito que no futuro as diferenças servirão para unir a pessoas e não desagregá-las e certamente seremos mais felizes vivendo num país mais justo, igualitário, orgulhoso de suas cores e gentes.”
(Professora da Turma Verde – Matutino – 2006)
“Eu aprendi muita coisa do projeto afro-brasileiro. Que não devemos discriminar os negros porque o jeito que o branco é, o negro é também. Modo de sentir, falar agir são iguais, só muda é a cor da pele.”
(Aluna da Turma Lilás – Matutino – 2006)
“Na tentativa de encontrar alternativas para solucionar os desafios pedagógicos, humanos e sociais emergidos do cotidiano escolar, a escola abraçou o Projeto da Professora Maria Luíza Flor Pereira que estava obtendo excelentes resultados em sua turma e o ampliou incluindo diferentes formas de não discriminação dizendo “Sim às Diferenças”.
Buscamos no trabalho com a diversidade melhoria do nível pedagógico da escola, das relações interpessoais, diminuição da agressividade, do preconceito e ampliação da competência do trabalho coletivo na escola.
A história da Escola Estadual “Capitão Egídio Lima” hoje se divide em duas fases distintas; antes do projeto onde predominava o trabalho individual e o conflito de relações e hoje onde as diferenças e preconceitos são tratados de forma aberta e amadurecida. Como saldo colhemos a cultura valorizada a predominância do diálogo em nível pedagógico, social e humano e consequentemente a melhoria em todos os níveis da escola.”
(Diretora Sônia Melo)
ENSINAR É A ARTE DE FAZER JUNTO
JUNTOS NA BUSCA
NO APRENDIZADO
NOS DESAFIOS
SER UM APRENDIZ
AO LADO
NA CONSTRUÇAO DO SABER
NA CAMINHADA COLETIVA
SEMPRE
Luíza Flor
Leia o texto completo de “Sim às Diferenças”
As Danças Folclóricas são as expressões populares desenvolvidas em conjunto ou individualmente, em rodas, às vezes em fileiras e são preservadas pela repetição. Vão sofrendo alterações com o tempo, mas os passos básicos e a música assemelham – se ao estilo original. As Danças Folclóricas desenvolveram como parte dos costumes e tradições de um povo e são transmitidas de geração em geração. No Brasil são várias como: frevo, catira, maculelê, reisado brasileiro, samba, maracatu, quadrilha,congado, festa do rosário,dança da fita e entre outras.
A Associação Cultural Pasárgada / Centro de Estudos da Cultura Afro-Brasileira em seus projetos pedagógicos de parceria escola, eventos,oficinas,assessorias e cursos de formação garante a preservação das manifestações folclóricas e vivências das manifestações, proporcionando a interação, o conhecimento, novos saberes, a socialização e ainda a preservação e continuidade de um acervo cultural.
Leia o texto completo de “Danças Folclóricas”