Na visão de Augusto Boal, as experiências de teatro popular têm como objetivo a libertação do espectador, sobre quem o teatro se habituou a impor visões acabadas do mundo. Nessa perspectiva teatro popular e a capoeira, na trajetória de Lenço de Seda-CECAB, sempre foram parceiros indissociáveis, pois, na visão do Mestre Reginaldo Véio, também a capoeira é um instrumento de construção da própria história, de libertação das visões dominantes de mundo. Assim, o grupo da Lenço de Seda em parceria como grupos de teatro da cidade de Timóteo fazem das praças e ruas da cidade, palcos de expressão da cultura popular. Através da capoeira, do teatro, da dança, da música, produzem experiências coletivas de dimensões ético-políticas, com alegria, irreverência e mobilização comunitária, nas quais todos podem participar.
O teatro sempre está presente nas atividades e eventos da Lenço de Seda, tais como as Festas da Criança, as Caminhadas Ecológicas, dentre outras, além disso, são realizadas, também, oficinas de teatro para educadores/as, estudantes de escolas da rede pública Timóteo.
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Nas voltas que o mundo deu, nas voltas que o mundo dá…
Evento acadêmico e cultural, realizado em abertura às comemorações dos 30 anos da Lenço de Seda / CECAB, no qual ocorreu: apresentação pública da Dissertação de Mestrado em Psicologia “Capoeira: movimento e malícia em jogos de poder e resistência” de autoria da Profª Mestra Sonaly Torres da Silva, que discorre sobre a capoeira a partir da trajetória da Associação de Capoeira Lenço de Seda / CECAB; apresentações de Samba Reggae, Samba de Roda, Maculelê, Capoeira; a apresentação do Projeto “Acervo CECAB”; a exibição do Documentário “Duplicidades”, que aborda o plebiscito referente ao nome da cidade de Timóteo, realizado no início dos anos 80. Na ocasião foi realizada, também, uma mesa-redonda sobre cultura afro-brasileira – Capoeira, com a participação do Mestre Moa do Katendê, do Mestre Reginaldo Véio e da professora Sonaly Torres da Silva.
O evento contou a presença de diretores/as, pedagogos/as e professores/as de escolas da rede pública de Timóteo, estudantes, universitários/as, capoeiristas e comunidade em geral.
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Em todas as experiências humanas, principalmente no campo da cultura e da educação, as brincadeiras, o lúdico, são pura arte. São as experiências que mobilizam as potencias de criação em dimensões de alegria.
A arte de brincar na trajetória da Lenço de seda-CECAB envolve a magia dos jogos e brincadeiras populares, a dimensão lúdica do teatro, da capoeira, entendendo que o jogar-brincar não exclui ou nega a realidade, mas reinventa-a em campos de alegria. Assim, jogar, brincar e aprender são indissociáveis e constituem juntos espaços para sonhar e fazer do sonho um texto possível, em expansão da alegria, que, segundo Alicia Fernandes, é critério de saúde na aprendizagem, é o que torna a criação possível, é o campo onde produzir sentido faz sentido.
Assim a arte de brincar e expandir a alegria está presente em todas as ações da Lenço de Seda-CECAB, como principal patrimônio e herança produzida coletivamente, envolvendo crianças, adolescentes, adultos, educadores, estudantes, moradores de rua, capoeiristas, artistas e tantos outros que queiram participar de momentos lúdicos, como a Festa da Criança, as Caminhadas Ecológicas, os projetos pedagógicos e culturais, as experiências de cultura afro-brasileira. No ano de 1991, a Festa da Criança Pasárgda teve como tema “A arte de Brincar”.
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Para a Lenço de Seda-CECAB férias é tempo de brincar e fazer arte. Assim, no período de 14 a 29 de julho/2007 foram realizadas diferentes oficinas de arte, jogos e brincadeiras tais como: Dobradura, Teatro, Mandala, Reciclagem de Papel, Papel Machê, Jogos e Brincadeiras populares, Dança Contemporânea, Cinema no Muro, Capoeira Angola, Fabrico de Berimbau, Samba de Roda, Afoxé, Dança Afro, Artesanato, Maculelê.
Essas atividades foram disponibilizadas gratuitamente à comunidade e realizadas em parceira com diferentes grupos e agentes culturais dentre os quais a Companhia de Dança Hibridus; o Grupo de Teatro Tralha; além de educadores e dos capoeiristas membros da Lenço de Seda-CECAB.
Esse evento compõe as atividades de comemoração dos 30 anos da Lenço de Seda-CECAB.
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Um teatro de arena é um espaço de apresentações teatrais e artísticas, em que o palco se posiciona no centro de uma circunferência, na qual está a platéia. Pode ser tanto um espaço com arquitetura delineada para esse fim, com arquibancadas circulares e palco central, como os espaços que se abrem nas praças e ruas quando inicia-se uma apresentação cultural e o público se posiciona em volta, na roda. Tanto com arquitetura delineada, quanto com a emergência nas praças e ruas, nesse ambiente o público tem maior intimidade com os atores e a história vivida por eles.
Na cidade de Timóteo, há dois teatros de arena, um deles em espaço público do Bairro Timirim e outro na Escola Imett de Timóteo, ambos projetados pelo arquiteto Eolo Maia. Neles a Lenço de Seda-CECAB realizou e realiza intervenções culturais, principalmente batizados e rodas de capoeira, encontros de capoeiristas, apresentações de danças, de Samba Reggae e de teatro.
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Fantoche é um boneco animado por uma pessoa. Possui face com grande expressividade, os braços e mãos movimentados pelos dedos do animador. Difere da marionete pela forma de manipulação — o fantoche é manipulado internamente, a marionete é, quase sempre, suspensa por fios invisíveis. O Boneco pode ser feito de sucatas, papier-machet, tecido, espuma, e outros materiais.
Na trajetória do CECAB o fantoche está presente tanto por meio de apresentações de teatro, como através de criações coletivas e de oficinas para crianças, jovens, adultos e educadores, constituindo uma dimensão lúdica em momentos de criação coletiva, descontração e alegria.
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O Artesanato é o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Com a mecanização da indústria o artesão passou a ser identificado como aquele que produz objetos próprios e comuns à cultura popular.
No CECAB a experiêncvia com artesanato constitui-se como momento lúdico e interdisciplinar envolvendo diferentes membros da comunidade, diferentes formas de expressão, em processos de criação, produção e troca de saberes. Papel artesanal, papel machê, confecção de mandalas, origame, modelagem em argila, são algumas das oficina desenvolvidas junto a educadores, crianças, jovens e adultos; realizadas em eventos culturais tais como as Festas das Crianças, Oficinas de arte nas Férias, Ações ecológicas.
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Em uma primeira aproximação, a conexão capoeira-educação parece um tanto inusitada, pois, a capoeiragem possui uma forma de organização muito diferente da lógica escolar: enquanto na sala de aula os espaços são lineares, com lugares demarcados, na capoeira há circularidade, flexibilidade temporal e espacial. Se na sala de aula a ordem é o silêncio, a capoeira implica em som, ritmo, movimento. Enquanto a organização escolar pressupõe processos individuais, em que cada um é responsabilizado por seu sucesso ou fracasso, a capoeira se efetiva de forma eminentemente coletiva, articulando universos da dança, música, ancestralidade, espiritualidade, corporalidade e síntese.
Enfim, no encontro entre educação e capoeira, é fundamental considerar que a capoeiragem introduz no espaço escolar diferenças substanciais nas formas de relações e de produção de saberes, com emergência de maior movimento, ludicidade e liberdade. Nas palavras de mestre Reginaldo, a capoeira é uma escola, que contém inumeráveis elementos potencializadores do desenvolvimento e da evolução daqueles que a pratica. No encontro com a educação essa potencia se amplia.
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O termo festa junina surgiu em função das festividades que ocorrem durante o mês de junho, que têm origem em países católicos da Europa. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. No princípio, a festa era chamada de Joanina, por ser em homenagem a São João.
No “Arraia do CECAB - Lenço de Seda”, as Festas Juninas ou Festas Julinas (quando ocorrem em julho) se constituem em mais uma oportunidade de encontros, processos de criação coletiva e de manifestações das culturas populares. A cada ano desenvolve-se um tema, sempre com danças populares, fogueira, expressões da cultura afro-brasileira, comidas típicas e brincadeiras infantis.
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As experiências do CECAB / Lenço de Seda, no decorrer de toda sua trajetória histórica, sempre articulou diversas expressões da cultura popular, inumeráveis campos de conhecimentos e diferentes sujeitos, em uma abordagem interdisciplinar, ou seja, experiências nas quais todos os campos, formas de expressão e sujeitos sociais se encontram e se articulam em intensos processos de criação coletiva.
Teatro, capoeira, dança, música, carnaval, encontros com educadores, cultura afro-brasileira, ecologia, ações políticas, crianças, adultos, jovens, todos juntos em um caldeirão fervente e pulsante em conexões em todas as direções.
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